Arquivo do dia: maio 17, 2011

A bandeira da Europa

Em 1950, o Conselho da Europa abriu um concurso para a elaboração da bandei- ra da recém-nascida comunidade européia.

Arsene Heitz, artista de 80 anos, de Strasbourg, apresentou vários projetos e um deles representando 12 estrelas sobre fundo azul; foi esta que ganhou.


Onde se foi inspirar o artista? Naquela altura andava a ler a história das apari- ções de Nossa Senhora na Rue du Bac em Paris, que hoje é conhecida com Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. O artista inspirou-se na imagem de Nossa Senhora da Conceição, que representa a figura do Apocalipse: a mulher vestida de sol, a lua debaixo dos pés e na cabeça uma coroa de 12 estrelas.

Claro está, que nem as estrelas, nem o azul da bandeira da Europa são propria- mente símbolos religiosos. Neste sentido Paul Lévy, primeiro diretor dos servi- ços de imprensa e informação do Conselho da Europa, quando explicou aos membros da Comunidade Econômica o sentido do desenho, interpretou o nú- mero das doze estrelas como o algarismo da plenitude, já que na década de 50 não eram 12 nem os membros do Conselho da Europa nem os da Comunidade Européia.

E, talvez sem dar por isso, esta insígnia proposta por Heitz foi adotada oficial- mente no dia 8 de Dezembro de 1955.

São muitas coincidências, casualidades, para que não nos seja difícil descobrir, por entre as dobras da  bandeira dos europeus, o sorriso e o carinho de Nossa Senhora Rainha da Europa, disposta a dar-nos uma mão neste desafio lançado pelo Papa de recristianizar o Velho Continente.

Curso de Bíblia – PARTE III

Muitas pessoas se surpreendem ao saber que a Bíblia utilizada pelos protestantes é diferente da Bíblia utilizada pelos católicos. Mas qual é a diferença?

No tempo de Jesus, o povo da Palestina falava o aramaico em casa, usava o he- braico na leitura da Bíblia, e o grego no comércio e na política. Quando os após- tolos saíram da Palestina para pregar o Evangelho aos outros povos, eles adota- ram uma tradução grega do Antigo Testamento, feita no Egito no século III an- tes de Cristo para os judeus imigrantes que já não entendiam o hebraico nem o aramaico. Esta tradução grega é chamada Septuaginta ou Setenta.

Fragmento de papiro da Septuaginta.

O catálogo sagrado começou a ser definido pela Igreja Católica em 393, durante o Concílio Regional de Hipona (África). Desde o séc. IV até o séc. XVI, a Bíblia era a mesma para todos os cristãos. A diferença ocorreu durante a Reforma Pro- testante, quando Martinho Lutero renegou 7 livros do antigo testamento  (To- bias,  Judite, 1 Macabeus, 2 Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, trechos de Daniel e Ester) e a carta de Tiago do Novo Testamento.

Lutero renegou tais livros porque eram fortemente contrários à sua doutrina. Por causa de uma das colunas de sua doutrina a “Sola Fide” ou Somente a fé, Lutero alterou o famoso versículo “Mas o justo viverá da fé” (Rm 1,17) para “Mas o justo viverá somente pela fé” e renegava a Carta de Tiago, que ensina que somente a fé não basta, é preciso as obras. Devido ao prestígio que a Carta de Tiago tinha, Lutero não obteve sucesso ao excluir tal livro. Quanto ao Antigo Testamento, os protestantes então revolveram ficar com o catálogo de- finido pelos Judeus da Palestina.

Este catálogo Judaico foi definido por volta de 100 DC na cidade de Jâmnia, e estes foram os critérios estabelecidos pelos judeus para formarem seu cânon bí- blico:

  • O livro não poderia ter sido escrito fora do território de Israel;
  • O livro teria que ser totalmente redigido em Hebraico;
  • O livro teria que ser redigido até o tempo de Esdras (458-428 AC);
  • O livro não poderia contradizer a Torah de Moisés (os 5 livros de Moisés).

Devido à enorme conversão de judeus ao cristianismo, principalmente os judeus de língua grega, é que os judeus que não aceitaram a Cristo, desenvolveram um judaísmo rabínico, isto é, um judaísmo ultra-nacionalista, para frear a conversão das comunidades judaicas ao cristianismo. Com este cânon bíblico, era proibida pelo menos a leitura de todo o Novo Testamento, que mostra fortemente o cum- primento da promessa do Messias na pessoa de Cristo.

Fragmento do papiro da Septuaginta - Livro de Daniel

Muitos dos originais hebraicos de alguns livros foram perdidos,existindo somen- te a versão grega na época da definição do cânon judaico. Isto significa que li- vros como Eclesiástico e Sabedoria, escritos por Salomão, não foram reconheci- dos  pelos judeus de Jâmnia, além de outros livros que foram escritos em ara- maico durante o domínio caldeu e persa. Recentemente os arqueólogos encon- traram em Qruman no Mar Morto, o original hebraico do livro Eclesiástico.

Estes livros do Antigo Testamento que não foram unanimente aceitos são cha- mados tecnicamente de deuterocanônicos.

Os protestantes entram então em grande contradição pois aceitam a autoridade dos Judeus da Palestina para o Antigo Testamento e não aceitam a mesma auto- ridade para o Novo Testamento. Aceitam a autoridade da Igreja Católica para o Novo Testamento e não aceitam a mesma autoridade para o Antigo Testamento.

Os apóstolos em suas pregações utilizavam a versão grega dos livros antigos, no- te que das 350 sitações que o Novo Testamento faz dos livros do Antigo Testa- mento, 300 também se referem aos livros deuterocanônicos.

Os livros apócrifos

São aqueles livros que foram escritos pelo povo de Deus, mas que não foram considerados pelo Magistério da Igreja como revelados pelo Espírito Santo, e portanto, não são canônicos, isto é, não fazem parte do cânon da Bíblia. As ra- zões que levaram a Igreja a não considerá-los como Palavra de Deus, é que mui- tos são fantasiosos sobre a pessoa de Jesus e outros personagens bíblicos, além de possuírem até heresias como o gnosticismo. Neles há algumas verdades histó- ricas, e isto faz a Igreja considerá-los importantes no estudo. Há livros apócrifos referentes ao Novo e ao Antigo Testamento.

Veja também as outras partes do Curso de Bíblia: Parte I e Parte II.
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